Durante as últimas semanas, as mudanças que o mercado de trabalho enfrenta com a pandemia global estão sendo discutidas diariamente. Milhares de trabalhadores estão impossibilitados de realizar suas atividades em suas sedes, bem como fábricas inteiras estão paradas devido à crise. Nessa situação, o trabalho em home office, expressão inglesa que significa escritório em casa, ganhou força e apresentou grandes desafios para muitos líderes e CEOs.
Aqui na AIESEC, continuamos em busca da paz mundial e do desenvolvimento das potencialidades humanas, moldando nossos processos internos, como compartilhamos nesse post. Mas, como é liderar diretamente uma diretoria, um escritório ou empresa? Ser responsável por motivar, direcionar e gerir colaboradores nesse contexto?
No Brasil, estamos presentes em 49 cidades, por meio dos escritórios locais, cada um composto por um presidente, diretoria, gerência e membros. Hoje, trouxemos os depoimentos de alguns presidentes, que vão compartilhar um pouco sobre como é ser líder durante uma pandemia.
Robson é presidente da AIESEC em Sorocaba e conta como o escritório, que atualmente está com mais de 30 membros, enfrenta esse período: “Adaptamos nossa rotina para o ambiente digital, utilizando várias ferramentas e criando rotinas de conexão de time para que diariamente tivéssemos algum momento juntos, desde acompanhamentos individuais, reuniões, trabalho em grupo e momentos informais”.
Robson também refletiu sobre sua jornada na organização e o que liderar nesse momento proporcionou: “O propósito da organização, a capacidade de me desenvolver, o desafio e a oportunidade de ser CEO me atraíram no momento da aplicação para presidência da AIESEC em Sorocaba. Hoje, ser CEO num contexto de pandemia me ensinou na prática o conceito de reinventar, reavaliar pequenas ações e de certa forma, ver de forma mais humana cada um dos processos. Me ensinou a confiar e empoderar todos ao redor e que mesmo com medo, que todos nós temos, somos capazes de enfrentar qualquer situação, desde que estejamos em equipe”.
Já em Belo Horizonte, o presidente do escritório composto por mais de 90 membros, Gabriel, comenta sobre as mudanças e dá dicas para outros gestores: “Toda rotina de reuniões, mensagens, objetivos precisou ser readaptada para nova forma de trabalho. A principal sugestão que dou é que aconteça uma revisão do objetivo geral do ano e, a partir desse momento, todas ações precisam ser reconstruídas para alcançar esse novo propósito. A maior parte dos planos feitos antes para esse ano já não fazem mais sentido, então tudo precisa ser revisado”.
Gabriel também comentou como cada colaborador pode ser afetado nessa situação e deu dicas: “A forma que cada um da sua equipe está sendo afetado pela quarentena é diferente. Um bom líder vai tentar entender todos esses pontos para saber adaptar sua comunicação e formas de manter o time conectado e entregando bons resultados”.
O presidente da AIESEC em Belém, Mário, conta o que aprendeu nesse cenário e como lida com a situação em seu escritório: “O coronavírus veio pra me ensinar que por mais que eu achasse que já sabia de alguma coisa, eu não sabia de nada. Mas, não estava sozinho nisso e aprendi que o coletivo é precioso. A pandemia é algo novo para o mundo e não vencerei essa fase sozinho, ser transparente com os voluntários levando questionamentos para que todos conversem juntos tem sido a melhor forma de se adaptar e conseguir manter o comitê energizado”.
Mário (Belém) complementa: “O mais importante nesse período é continuar reforçando a cultura organizacional do comitê, seja colocando símbolos em evidência, como também sendo firme no acompanhamento das atividades. Aproveitar os momentos de time, promover espaços de interações informais ajudam bastante a espairecer toda pressão que a gente sente, manter a rotina básica no período de quarentena é muito importante, mas se precisar parar alguns momentos, pare sem culpa”.
Com certeza, manter a rotina de trabalho, batalhar pelas metas e se manter focado é desafiador regularmente. Nesse panorama, as lutas são maiores ainda e liderança responsável pode fazer a diferença. Para Ana, presidente da AIESEC em Teresina, liderança é sobre empoderar outras pessoas e ser exemplo. “Assumir o cargo mais alto de liderança do meu escritório me motiva a buscar ser minha melhor versão todos os dias para que dessa forma, esteja sempre contribuindo para o meu crescimento e das pessoas que lidero. Apesar da pandemia, ainda existe uma AIESEC em Teresina que acredita em desenvolvimento de liderança jovem e está disposta a se desenvolver nesse contexto”.
Do mesmo modo, Ana finaliza afirmando: “O mais importante é que as pessoas tenham clareza do papel delas na organização independente do cenário e que elas tenham uma rotina bem definida, com metas e expectativas alinhadas porque assim, elas ainda se sentirão estimuladas e produtivas”.
E você, como tem lidado com os desafios da quarentena e mantido sua rotina? O que achou das dicas e experiências dos nossos entrevistados?