Tanto no Setembro Amarelo quanto ao longo dos outros meses do ano, a saúde mental é um tema que deve ser discutido de maneira frequente. Durante as últimas décadas, a relevância desse assunto vem tomando força em redes sociais, jornais, revistas e outros meios de comunicação e mostram a preocupação da sociedade em torno do tema. No entanto, existe um tópico específico que ainda não é abordado de maneira constante: a saúde mental infantil.
Devido aos desafios encontrados por crianças, quando surge a necessidade de expressar sentimentos e desconfortos, pessoas de até 11 anos de idade tendem a comunicar-se de maneira confusa e cujo entendimento muitas vezes pode exigir acompanhamento profissional. E se essa era uma tarefa difícil quando sair de casa era uma oportunidade de distração para quem a julgava necessária, hoje, com o isolamento social, a situação é ainda mais complexa.
Entre transtornos comportamentais disruptivos, que são aqueles que afetam o comportamento das crianças de maneira involuntária, e os transtornos do neurodesenvolvimento, que afetam a saúde mental e o desenvolvimento do portador, há uma longa lista de distúrbios que, embora ignorados constantemente por adultos, podem ser fatais. Dessa forma, o acesso a consultas com profissionais da psicologia torna-se algo fundamental.
Mesmo quando não são demonstrados sinais de distúrbios psicológicos após o diagnóstico de um profissional, é imprescindível que a saúde mental de crianças de todas as idades seja checada constantemente, assim como acontece com grande parte dos adultos. Ao contrário do que muitos pensam, pessoas em seus primeiros anos de vida não estão isentas de serem afetadas por problemas que, em todas as idades, podem passar despercebidos.
Como está a saúde mental dos cidadãos do mundo?
No ano de 2020, o bem-estar psicológico de pessoas diversas foi afetado pela pandemia – um motivo que, antes, não era imaginado por brasileiros e cidadãos de várias nacionalidades. De acordo com dados estudados pela empresa estadunidense Kaiser Family Foundation, no final do mês de março deste ano, 46% de adultos pais de crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade também sentem que o cenário pandêmico tinha um impacto negativo sobre a sua saúde mental. Dessa forma, pode-se dizer que a instabilidade emocional de uma família afeta diretamente os sentimentos de seus membros mais novos.
Não cabe a pessoas que não possuem um conhecimento profissional relacionado aos estudos da mente humana recomendar qualquer tipo de método que, supostamente, interfira no combate à ansiedade, depressão e a qualquer outro distúrbio cuja incidência é comum entre grandes parcelas da população. Por isso, o intuito desse texto não é indicar esses procedimentos, e sim alertar os leitores sobre a importância de procurar alguém para recitá-los para crianças.
Qual é o nosso papel?
Na AIESEC, nossos projetos contam com oportunidades diversas de contato com crianças de baixa renda ou não. Aqui, a gente também preza pelo bem-estar dos nossos voluntários, que, apesar de serem jovens adultos, entendem seu papel para impactar crianças locais e contribuir para sua saúde mental. Afinal, a desigualdade é um fator crucial para a elevação do índice de distúrbios em pessoas de todas as idades, além da fome e da pobreza. Por esse motivo, ao trabalharmos em prol dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), temos como missão possibilitar que o maior número de indivíduos possíveis tenham sua qualidade de vida impactada por quem deseja ajudar.
Sendo assim, durante esse Setembro Amarelo, a AIESEC no Brasil pede a você, que tem um contato direto ou constante com crianças, que ofereça a atenção devida aos seus sentimentos. Dessa forma, juntos, seremos responsáveis pela construção de um mundo melhor e mais justo para todos.