Os trabalhos voluntários no Brasil são regulamentados pela Lei 9.608, de 1998, que estabelece como serviço voluntário as ações que tenham objetivos científicos, recreativos, culturais, cívicos, educacionais ou assistenciais.
De acordo com pesquisa, 7,4 milhões de pessoas fazem trabalho voluntário no Brasil, o que significa 4,4% da população de 14 anos de idade ou mais. O número de brasileiros que fazem trabalho voluntário cresceu 12,9% quando comparado a 2016.
Para melhorar esses números, é importante que empresas e pessoas saibam exatamente o que é e quais são os benefícios do trabalho voluntário. Por isso, saiba mais como funciona esse tipo de ação no Brasil e quais são as vantagens!
Mas antes de tudo isso, é preciso também ter bom domínio de conceitos centrais, tais como habilidades e competências, para saber mapeá-los no momento da seleção dos voluntariados. Confira a seguir!
Qual é a diferença entre habilidades e competências?
Apesar de os dois termos serem, muitas vezes, usados como sinônimos, eles apresentam diferentes significados. Portanto, usar um no lugar de outra, sem dúvidas, pode causar bastante confusão.
Mas, afinal, o que são habilidades? As habilidades representam algo bem mais específico do que as competências. Desse modo, podemos definir as habilidades como sendo um conhecimento em determinado setor, área ou atuação, adquirido, por meio de treinamentos, capacitações ou então experiências para executar determinada atividade técnica.
E quanto às competências, como podem ser definidas? Já as competências podemos dizer que trata-se da capacidade que as pessoas têm de, por meio de conhecimentos, habilidades e atitudes, fazer suas tarefas plenamente e resolver situações variadas tanto profissionais quanto pessoais.
Quais os benefícios do mapeamento de competências?
O mapeamento de competências, bem conhecido por corporações que investem na gestão de pessoas, é extremamente imprescindível para estabelecer as habilidades comportamentais, além das técnicas fundamentais a cada cargo dentro da empresa. Sem contar que, a partir dele, torna-se possível identificar as competências tanto coletivas quanto individuais que podem ser aprimoradas pelos funcionários da empresa.
Quando bem elaborado, o mapeamento auxilia as equipes, gestores, colaboradores e as empresas como um todo. Confira alguns benefícios do mapeamento que merecem ser destacados:
- conhecimento do perfil dos colaboradores;
- eficácia no desenvolvimento de salários e de cargos;
- otimização de resultados;
- sistema de promoções bem mais eficaz;
- desenvolvimento de capacitações e de treinamentos mais adequados.
Após mapear as competências indispensáveis da empresa, o processo de seleção e de contratação vai se tornar muito mais rápido e prático. Afinal, as pessoas que detêm as competências específicas para cada cargo vão poder ser identificadas com muito mais facilidade dentro do quadro da própria instituição, o que vai permitir ao gestor valorizar a sua força de trabalho e também reter talentos.
Ao contratar novos funcionários, a empresa vai contar com critérios bem mais acertados, e poderá filtrar os candidatos, tanto pelas características essenciais para o sucesso da empresa quanto pela formação necessária. Agora veja bons exemplos de grandes empresas que adotaram programas de voluntariado!
Quais os exemplos de grandes empresas?
Santander
Criado em 1998 por iniciativa de alguns colaboradores do Santander, o Programa Escola Brasil se transformou em uma prática corporativa. Por meio de parcerias com escolas públicas, são criadas ações que vão desde esportes e cultura até meio ambiente e geração de renda.
Até setembro de 2016, 4.501 voluntários participavam de 452 núcleos para atender a 274 escolas públicas de 166 cidades, em 22 estados do país.
ArcelorMittal Aços Longos
O programa Pró-Voluntário faz, desde 2000, ações como doações de sangue coletivas e campanhas de agasalho e de Natal, além de realizar atividades com idosos de um posto de saúde próximo a uma das unidades da empresa, em Cariacica (ES). Para estimular os funcionários a participarem, a ArcelorMittal Aços Longos criou comitês locais.
Bosch
Em 1971, o Grupo Bosch fundou o Instituto Roberto Bosch, que incentiva os funcionários a participarem de projetos voluntários e investe anualmente cerca de R$ 4 milhões em programas sociais.
Há ações que atendem necessidades básicas e estruturais de organizações e escolas parceiras da companhia por meio de gincanas e mutirões de peças, além da capacitação de jovens para serviços comerciais, administrativos e logísticos.
Nextel
O programa de voluntariado da Nextel foi criado em 2005 e promove desde doações e mutirões de reforma até passeios culturais para crianças de São Paulo e do Rio de Janeiro. Cerca de 20 mil crianças e jovens de mais de 100 instituições e escolas públicas foram beneficiados pelas campanhas voluntárias da empresa no ano passado.
Voluntários da Fundação Estudar
Entre as várias oportunidades oferecidas por essa fundação, estão voluntariados. Um deles serve, especialmente, para aqueles que pretendem ser “partners” da empresa.
Ou seja, levam programas de grande impacto à sua região de origem, além de facilitar iniciativas da Fundação Estudar por todo o Brasil. Muito além do que ganhar familiaridade com assuntos como protagonismo, a pessoa envolvida consegue aumentar a sua rede de contatos, além de ganhar benefícios como participação em conferências, mentoria e eventos da fundação.
Voluntários da Fundação Lemann
Iniciativas relacionadas ao Coursera e à Khan Academy estão entre os projetos da Fundação Lemann. As oportunidades oferecidas assegurar, por exemplo, que o voluntário possa trabalhar como tradutor de materiais a respeito de Matemática da Khan Academy para o português.
Rede de Voluntários Youth Voices Brazil, do Banco Mundial
Essa é uma iniciativa que foi idealizada pelo Banco Mundial e tem como objetivo causar impacto em realidades locais, com foco principalmente no combate à pobreza. O processo seletivo busca jovens brasileiros que nasceram entre 1992 e 1999 e que tenham pensamento crítico e atitude, comprometimento com o futuro do Brasil e espírito de liderança.
Quais os benefícios para a empresa e para os funcionários?
As vantagens do serviço voluntário vão muito além da imagem da companhia. Ele amplia as noções de trabalho em equipe, integração e solidariedade, o que resulta na melhoria do clima organizacional e, consequentemente, no aumento da produtividade.
Outra vantagem é que o trabalho voluntário dentro da empresa contribui para a interação entre profissionais de setores diferentes, colaborando com a melhoria da comunicação interna. Além disso, o funcionário tem a oportunidade de desenvolver competências que, às vezes, não são estimuladas durante a rotina de trabalho no dia a dia, como ampliar a capacidade da busca de soluções para problemas, a liderança, a empatia, entre outras habilidades.
Também podemos perceber a melhoria da satisfação dos funcionários dentro da organização, já que eles se sentem mais úteis e importantes ao desenvolver um trabalho maior, que abrange melhorias para a sociedade como um todo.
Como implementar um programa de voluntariado na empresa?
O programa de estímulo ao voluntariado na empresa deve ser realizado em etapas — como planejamentoe divulgação — para que traga benefícios à causa a ser apoiada, à companhia e aos colaboradores.
Uma das etapas mais importantes é o planejamento, já que deve envolver diversos setores da empresa, desde o marketing até o mais alto escalão.
O departamento de marketing, inclusive, é fundamental nessa etapa, já que pode identificar oportunidades para a divulgação do serviço voluntário ou sugerir programas que estejam de acordo com a missão, valores e posicionamento da organização diante do mercado.
A seguir, deve ser trabalhada a divulgação das atividades voluntárias para os próprios funcionários da empresa. O departamento de recursos humanos possui um papel muito importante nessa missão, sendo o responsável pela promoção de ações de comunicação interna e distribuição dos serviços a serem realizados.
Lembramos que a divulgação das ações de voluntariado para o público interno é mais que fundamental para o sucesso do projeto, visto que, sem o envolvimento dos profissionais, será impossível a implementação de um programa sólido e que faça a diferença na vida da sociedade.
Também será necessário criar campanhas de conscientização sobre a importância do voluntariado que envolvam todos os setores da empresa e realizar treinamentos específicos. Dessa forma, os gestores poderão entender o propósito desse tipo de ação e, assim, estimular a participação de todos em suas equipes.
Quais as regras para registrar um voluntário?
Ao registrar uma pessoa para atuar no trabalho voluntário, ela deve ter completa ciência que, conforme parágrafo único do artigo 1.º da Lei 9608/98, “o serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim”.
Para tanto, a referida lei afirma a necessidade de celebração de termo de adesão entre a entidade — seja ela pública ou privada — e o prestador do serviço voluntário, nele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício, conforme artigo 2.º.
No meio jurídico, afirma-se que a ausência do termo de adesão não desqualifica uma atividade como voluntária. No entanto, a assinatura do termo pode evitar futuros problemas relacionados às ações na esfera judicial que objetivam o reconhecimento da atividade como um vínculo de emprego, o que pode gerar futuras cobranças dos respectivos direitos trabalhistas, como férias e FGTS.
Quais as dicas para criar um programa de voluntariado?
Para criar um programa de voluntariado, o mais indicado é realizar os seguintes procedimentos:
- identifique funcionários que já praticam ou praticaram o voluntariado: eles podem ser importantes parceiros, compartilhando experiências e dando sugestões;
- ofereça parceria com uma instituição próxima: após mapear quais projetos sua empresa poderá realizar, conheça as demandas das organizações sociais da sua região;
- crie um calendário de atividades voluntárias: no início, foque em poucas ações, com metas claras e factíveis;
- promova a arrecadação de recursos: feirinhas, bazares e gincanas são excelentes formas de arrecadar meios para realizar o projeto voluntário.
Com essas dicas e exemplos de trabalho voluntário no Brasil, você já pode começar a planejar quais serão as campanhas a serem implementadas na sua empresa e obter todas as vantagens desse tipo de iniciativa.
Como receber um intercambista?
O primeiro passo para receber um intercambista é buscar uma agência que presta esse tipo de serviço. Afinal, essas empresas podem oferecer todo o suporte a todas as etapas do processo, indo desde a escolha do profissional até a sua adaptação à empresa.
Outro passo importante é alinhar expectativas. É preciso saber muito bem quais são os objetivos da empresa com o intercâmbio e quais competências o novo profissional precisa apresentar para fazer parte da equipe.
Outra dica é estruturar o processo seletivo. Da mesma forma que acontece na busca de um novo colaborador para o negócio, é fundamental planejar um processo seletivo de qualidade considerando a contratação de um intercambista.
E, claro, cuide da questão burocrática. Para concretizar o intercâmbio é indispensável entrar em contato com a Coordenação Geral de Imigração, um órgão do Ministério do Trabalho e Emprego. É ela que vai fornecer a autorização do processo e regularizar a situação do colaborador no Brasil.
Enfim, agora você já sabe como funcionam os trabalhos voluntários no Brasil e quais são os passos para receber um intercambista na sua empresa. Então, não deixe de seguir as nossas dicas para receber novos colaboradores no seu negócio!
E então, gostou de saber mais sobre como funcionam os trabalhos voluntários no Brasil? Acredita que este artigo pode ajudar outras pessoas a implementarem ações voluntárias em suas empresas? Então compartilhe agora mesmo o texto nas suas redes sociais!