Afinal, o que significa ser antifascista?

Nas últimas semanas, o termo antifascista e antifascismo esteve em alta nas redes sociais, nas manifestações pelo Brasil e nos EUA. Mas você sabe o que significa ser antifascista? O que o movimento defende e onde surgiu? Vamos tentar responder essas e outras perguntas por aqui. 

O Fascismo é um movimento ultranacionalista, que busca restabelecer a ordem tradicional e religiosa, por meio do uso da força e a negação da democracia e da ciência. Caracterizado por ter surgido em lugares distintos pela Europa entre os anos 1919 e 1945, em países como a Alemanha, Espanha e Itália; o fascismo provocou guerras civis, mortes em massa por conta de batalhas territoriais e ideológicas, desrespeito aos direitos humanos e sustentou inúmeros governos totalitários.  

Na mesma época, o Antifascismo surgia nessas localidades para ser um movimento de oposição e lutar contra as práticas fascistas. De acordo com pesquisadores, os antifascistas tiveram grande relevância após o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, na Alemanha e eram formados, no começo do movimento, por intelectuais, sindicalistas e estudantes que buscavam combater os ideais ultranacionalistas e defendiam o anarquismo e o socialismo. 

Fonte: Jose F. Moreno/The Philadelphia Inquirer via AP. Reprodução: G1. 

Com o passar dos anos, os Antifas, como também são conhecidos os antifascistas, tiveram suas ideias disseminadas para outros países e agregaram características diferentes ao movimento. Formado inicialmente por pessoas que também integravam movimentos de esquerda, a partir de 1980, o Antifascismo passou a focar suas atuações na autogestão, descentralização do poder, combate à extrema-direita, à xenofobia e ao racismo. Além disso, se antes apresentava união de ideologias de esquerda, hoje em dia já possui características mais heterogêneas e pouca estrutura de poder. 

Fonte: TVI24

Nos últimos anos, com o crescimento de movimentos populistas e nacionalistas no Brasil, EUA, Rússia, entre outros países, os Antifas voltaram a se manifestar, demonstrando preocupações com governos ultranacionalistas e que negavam fatos históricos. Em 2020, após casos de assassinato de negros nos EUA, os antifascistas organizaram manifestações por todo país e ganharam voz, relevância e apoio. Essa onda de protestos que já dura mais de duas semanas por lá, chegou ao Brasil também.

Por aqui, as manifestações se fortaleceram durante a repercussão dos protestos estadunidenses e também por conta de atos antidemocráticos pelo país, que pediam a volta da ditadura militar, instituição de novo AI-5 e fim do Supremo Tribunal Federal (STF).

Hoje em dia, ser antifascista é lutar contra o racismo, defender a democracia, se opor às ações xenófobas e ao autoritarismo. Apesar das mudanças que o movimento enfrentou ao longo do tempo, a oposição aos atos antidemocráticos e violentos ainda é uma das principais características do antifascismo.

Autor(a)

Compartilhe