“Me apaixonei pela pessoa que me tornei através do intercâmbio”

Hoje vamos conhecer a história da Lisete Reis! Ela é uma estudante de direito de Maceió e realizou o intercâmbio há três anos atrás, aos 19 anos, aplicando um projeto de multiculturalidade e educação com crianças!

Nessa, que é uma das categorias mais queridas do blog, batemos um papo com ela para descobrir mais sobre o que rolou no Intercâmbio Voluntário Global dela para Medellín, na Colômbia. A cidade é conhecida pela cultura forte e histórico incrível de superação, passando de uma região marcada pelo tráfico e desigualdade social para ser, hoje, referência em urbanização, transporte público de qualidade e acessibilidade.

Confere mais na entrevista: 

Como você tomou a decisão de fazer um intercâmbio voluntário?

Quando ouvi falar da AIESEC pela primeira vez, através de um pessoal que passou na minha turma de faculdade, me identifiquei muito com a proposta, acho que meus olhos brilharam mesmo e passei a buscar o máximo de informações sobre como tudo funcionava! Estava insatisfeita com minha vida acadêmica há um tempo, então vi o intercâmbio como uma forma de agir de maneira mais prática pelo o que eu acreditava e ter uma chance de me tornar mais independente. Demorei algumas semanas para fechar o intercâmbio mesmo, mas conversei com pessoas que já haviam viajado, me reuni com o presidente da AIESEC em maceió na época e o apresentei para os meus pais. Acho que todo o processo foi me deixando bastante segura de que era aquilo mesmo que eu tinha que fazer!

Por que a Colômbia?

Confesso que nunca na minha vida, até conhecer a AIESEC, tinha pensado em conhecer a Colômbia. Eu sequer tinha ouvido falar da cidade em que fiz meu projeto, Medellín, até conversar com uma menina que foi pra lá numa feira cultural organizada pela AIESEC da minha cidade. Acho que me identifiquei tanto com ela, por seu jeito mais tímido, e me encantei tanto com suas aventuras, que fiquei com a impressão de que seria bem acolhida também.

Como era seu projeto? Conta mais sobre a experiência na instituição!

Meu projeto se chamava Merry Christmas, porque se passava na época de natal, mas meu trabalho era ensinar para crianças da comunidade sobre a cultura do brasil! Na primeira ONG, acabei organizando alguns dias temáticos para falar sobre nosso país, carnaval, festas juninas, folclore…até fiz um dia de culinária! Eles nunca tinham comido brigadeiro na vida e ficaram completamente encantados. Já na segunda, as coisas foram ainda mais dinâmicas, porque eles eram mais velhos e gostavam muito de perguntar, ver fotos e descobrir as diferenças que existiam entre nossas culturas. Aprendi muito nas duas e tenho um carinho enorme por todos que pude conhecer.

Quais foram suas maiores dificuldades durante o intercâmbio?

No começo, me comunicar foi uma dificuldade, mas também foi bem divertido o processo de aprender, sabe? Cheguei na minha host family sem saber espanhol muito bem, então foi tudo muito na base da mímica e do portunhol! Só que, ao mesmo tempo, adorei conhecer algumas expressões com eles e absorver o idioma, tudo de forma bem natural, mesmo pagando alguns micos! O transporte também foi um desafio no início, mas Medellín é incrivelmente organizada. Me surpreendi muito comigo mesma, indo pra lá e pra cá.

Quais foram as pessoas que mais marcaram sua viagem?

Ai, tantas me passaram pela cabeça agora! Mas vou começar pela Letícia, que foi uma grande companheira nessa viagem. Ela é uma brasileira de São Paulo que estava fazendo o mesmo projeto que eu, só que numa ONG diferente. Nos conhecemos numa reunião da AIESEC e a identificação foi tanta que rodamos mais de cinco cidades juntas na época do natal. Inclusive, passamos essa data num hostel, felizes da vida e conhecendo outras tantas pessoas incríveis. A Manu e o Rafa também impactaram muito meu intercâmbio. Eles são de Maceió, assim como eu, mas só nos conhecemos lá na Colômbia! Vai entender a vida… Tenho um carinho muito grande por eles, além do Filipe, Sophie, Azu, Julia, Santi…e claro, pela família que me acolheu por toda receptividade! Nunca me senti tão bem ao redor de pessoas queridas que compartilham pensamentos muito parecidos com os meus.

De início, quais eram suas expectativas em relação ao intercâmbio? Foram atingidas?

Eu tinha a expectativa de conseguir desenvolver algo legal no meu projeto, que fosse relevante e ao mesmo tempo me desenvolvesse porque sempre fui muito tímida. Meu maior medo era não conseguir me desafiar a agir mas acho que os desafios chegaram tão rápidos todos os dias que eu fui vencendo-os sem perceber. Me apaixonei pela pessoa que me tornei através do intercâmbio e sou muito grata até hoje.

O que você mais gostou sobre a cultura do país e as diferenças em relação a Brasil?

Eu amei conhecer a forma com que eles valorizam o Natal! É coisa de louco entrar numa casa com uma coleção de mais de 60 presépios e perceber na rua uma competição de qual casa é a mais iluminada com luzinhas de natal. Eles fazem festas para comemorar a chegada de dezembro. É algo muito forte de se perceber e eu não estava acostumada com isso no Brasil. Em Medellín tem até um evento chamado alumbrados, quando uma série de luzes se acendem na cidade em vários pontos diferentes. É muito lindo! A forma com que eles investem em transportes também é bem diferente do Brasil e me surpreendeu muito! Eles têm bondinhos gerando mobilidade em favelas e até 6 lances de escadas rolantes facilitando o caminho para os lugares mais altos. Eles investem muito em qualidade de vida e espaços de lazer para a população, algo que gostaria muito de ver no nosso país.

É incrível saber mais sobre o intercâmbio de quem já viveu a experiência! Conta nos comentários o que você mais curtiu e pra onde quer fazer o seu Voluntário Global 🙂

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